segunda-feira, 3 de março de 2008

A dama da geada (de Alma Welt

16

Esta noite caiu grande geada
Num amanhecer quase europeu,
E vi a pradaria esbranquiçada
Como se fora neve e como eu

Que saí pela campina e evaneci.
"Branca sobre branco" diz Galdério,
Que rindo quis dizer que me perdi,
Pois que não me leva muito a sério.

Mas respondi no mesmo diapasão:
"Não me viste, ó peão, a cabeleira
Vermelha, produzindo aquela esteira

De cometa fiel nas pradarias?
Era eu, e por certo não sabias
Que era mulher, estrela-guia de peão..."

12/07/2006

Nota da editora:

Os leitores que me perdoem se me acham supeita, como irmã da poetisa, para emitir um juizo como este: creio que estou diante de uma obra-prima do soneto universal, em que pese o sabor regionalista típico da Alma nesta sua fase pampiana.

Nenhum comentário: