sábado, 22 de janeiro de 2011

Nossa Saga (de Alma Welt)

Vivi somente pra contar o que vivi
Embora isto pareça absurdo
Ou no mínimo um monólogo pra surdo
Pois o que importará o que senti

Ou as minhas aventuras de guria
Que nada leva a crer a relevância,
Tanto mais que se passam numa estância
E num velho casarão em nostalgia

A remoer nosso passado glorioso
E querendo que o soneto nos reflita
Malgrado vaidade e um tom verboso.

E eis que a Musa generosa reconstrói
Em mim a heroína e o seu herói:
Sou eu mesma a minha amada Anita...

(sem data)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os Círculos (de Alma Welt)

Minha vida está inscrita em círculos.
“Não podes então andar pra frente?”
Aqueles que questionam os meus vínculos
Me perguntam em tom meio reticente...

“Deixa essa estância e fim de mundo,
Pois aí o minuano faz a curva
E volta pois não pode ir mais fundo
Depois de te deixar a mente turva,”

“Que estás a ver navios antigos,
E mais: com tua tendência delirante
Já fazes dos fantasmas teus amigos.”

“Já pediste ao teu Galdério, coisa à toa:
Que construa grande traste navegante
E o arraste com bois até a lagoa...”