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Matilde, prepara-me o amargo
Que quero sair e pôr-me ao largo
Navegando ao vento na campina
Como nau que a branca vela empina.
A brisa a fluir no azul profundo,
Pode mais propício estar o mundo?
Quem foi que disse ser um sacrifício
A vida, o viver e seu ofício?
Coalhado de pássaros qual flores
A agitar-se como agitam-se os amores,
Olha aquele umbu ali ao sol!
Dá-me, Matilde, uma côdea de pão
Que vou a mastigar com o chimarrão
Enquanto examinas meu lençol!*
29/11/2006
Nota da editora;
Como alguns já perceberam por outros sonetos e crônicas, Matilde, nossa ex-babá, teimava em continuar vigiando a Alma, e até a examinar os lençóis de sua "princesa" para coibí-la de seu "pecado", pois tinha conhecimento, desde sempre, da relação da Alma com seu irmão. Minha irmã, espirito livre e cheia de senso de humor tratava Matilde com enorme carinho como a uma mãe devotada, embora um tanto superprotetora e até rabujenta. Nunca vi a Alma se aborrecer realmente com a Matilde. (Lúcia Welt)
segunda-feira, 3 de março de 2008
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