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Uma vez, quando pequena, na varanda,
Eu vi aproximar-se um cavaleiro,
Estávamos no mês de Fevereiro
E chovia, assim, como Deus manda.
E ele vinha, com a viola, encolhido
Como pássaro molhado, e sem amigo.
Um gaúcho não ereto, mas transido,
Apeando e pedindo sopa e abrigo.
Meu pai, pela viola o fez entrar,
O levou, antes da ceia, pro chuveiro
Pra despir e com água quente se banhar.
E eu, piá, na porta do banheiro
Fiquei, ali, fascinada, a observar
Aquela ave novamente se emplumar...
18/12/2006
segunda-feira, 3 de março de 2008
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