Galdério acordou-me, hoje bem cedo,
Não para olhar a geada na coxilha
Mas para vigiar nosso vinhedo
Mal protegido dessa dúbia maravilha
Debaixo de uma lona estendida,
Conquanto esteja mais que em perigo,
Talvez perdido mesmo como a vida
Desta tola vinhateira embevecida
Que mais preza o manto de beleza
Descido deste céu azul gelado
Do que uma safra sem grandeza...
Está tudo perdido, há muito eu sei,
Submissa a um destino anunciado:
Depois de mim, o Dilúvio que plantei...
(sem data)
domingo, 27 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Entre o mate e o verso (de Alma Welt)
Sonetar pra mim tornou-se hábito,
Conto sílabas e rimo a caminhar
Pela coxilha ao largo de onde habito
Ou sobre a relva escura do pomar.
Eis que diante da minha macieira
O soneto tende a um velho rito
E alguma falsa rima de estradeira
Desvanece e dá lugar ao Mito...
Mas onde o verso meu mesmo transcende
Longe do altar dos velhos deuses
É junto ao fogo que o gaúcho acende
Na vigília bravateira do meu mate
Co’as Marias, as Três e seus adeuses,
Sob o olhar do grande, eterno Vate...
(sem data)
Conto sílabas e rimo a caminhar
Pela coxilha ao largo de onde habito
Ou sobre a relva escura do pomar.
Eis que diante da minha macieira
O soneto tende a um velho rito
E alguma falsa rima de estradeira
Desvanece e dá lugar ao Mito...
Mas onde o verso meu mesmo transcende
Longe do altar dos velhos deuses
É junto ao fogo que o gaúcho acende
Na vigília bravateira do meu mate
Co’as Marias, as Três e seus adeuses,
Sob o olhar do grande, eterno Vate...
(sem data)
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