domingo, 8 de julho de 2012
A Herdeira do Minuano (de Alma Welt)
Entre os ventos que melhor conheço,
O vento Norte, o Oeste e o Minuano
Deste último o pânico padeço
Pois sei que me espreita ano a ano.
Ele virá me buscar, eu o pressinto,
Pois ouvi a sua voz dentro das noites
Que dizia: “Minha Alma, não te acoites
Se teu vinho não sou, mas absinto...”
“Levar-te-ei comigo em minha sela
Pela coxilha que conheço e que amas,
Mas pra ti não haverá nenhuma vela.”
“Varemos esta escuridão pampeira
Pelos campos e estradas, relvas, lamas,
E serás minha rainha e minha herdeira...”
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Tempo Vento (de Alma Welt)
Gaucho- pintura de Juan Manuel Blanes
Tempo Vento (de Alma Welt)
O tempo em ninharias despendido,
Em gaudérias peleias e desmando
Nos será cobrado ou repreendido
Pela alma vigilante em seu comando.
Tempo esse que nos estertores volta
Na forma de remorsos ou vergonha,
Em suspiros que o moribundo solta
A cabeça pousada sobre a fronha.
Que não mais se erguerá, embora tente,
Como é dado ao gaúcho que cochila,
Não se puxa mais a rédea, de repente,
Trilhando, à noite, a passo este bagual,
Pois não temos como retornar à fila
Se já perdemos o lugar em Portugal...
Tempo Vento (de Alma Welt)
O tempo em ninharias despendido,
Em gaudérias peleias e desmando
Nos será cobrado ou repreendido
Pela alma vigilante em seu comando.
Tempo esse que nos estertores volta
Na forma de remorsos ou vergonha,
Em suspiros que o moribundo solta
A cabeça pousada sobre a fronha.
Que não mais se erguerá, embora tente,
Como é dado ao gaúcho que cochila,
Não se puxa mais a rédea, de repente,
Trilhando, à noite, a passo este bagual,
Pois não temos como retornar à fila
Se já perdemos o lugar em Portugal...
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