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Meu pai tinha um peão na estância
Que parecia um anjo de bombachas:
Seu olhar ficara em sua infância,
Mas na cintura ostentava faixas
Que abrigavam a dura faca de peão,
E que ah! não deveria estar ali,
Pois foi ela que no tribunal do Juri
Condenou-o a dez anos de prisão.
E eu que vira o caso se enrolar,
Embora fosse uma guria idealista
Cheguei a conclusão nada simplista:
Que entre gesto, faca e os corações
Havia todo um mundo de razões
Qu'eu levaria a vida a desvendar.
02/01/2007
terça-feira, 4 de março de 2008
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