sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Meu jardim sem muro (de Alma Welt)

Meus avós escolheram esta estância
Por estar pouco além do fim do mundo
E também se situar depois da ânsia,
Que alguma alma tem, de ir mais fundo.

Mas foi em vão: juntei-me com o vento
Malgrado a ameaça galhofeira
De "evitar más companhias, ou convento",
Que meus avós fizeram, de primeira.

Saí a correr e a girar, braços abertos,
Pois se erguiam meus sentidos, já despertos,
Assim que mal pisei no chão florido...

E meu olhar ia e voltava do horizonte
Como quem só foi buscar água na fonte:
Já não havia meu muro proibido... *

.
29/09/2017


Nota
* Já não havia meu muro proibido - Alma está fazendo alusão a um episódio de sua infância, ainda em Novo Hamburgo, que ela narrou em um conto encantador intitulado "Nosso muro proibido", e que se encontra no seu blog A prosa de Alma Welt.

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