Tempo Vento (de Alma Welt)
O tempo em ninharias despendido,
Em gaudérias peleias e desmando
Nos será cobrado ou repreendido
Pela alma vigilante em seu comando.
Tempo esse que nos estertores volta
Na forma de remorsos ou vergonha,
Em suspiros que o moribundo solta
A cabeça pousada sobre a fronha.
Que não mais se erguerá, embora tente,
Como é dado ao gaúcho que cochila,
Não se puxa mais a rédea, de repente,
Trilhando, à noite, a passo este bagual,
Pois não temos como retornar à fila
Se já perdemos o lugar em Portugal...
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