domingo, 27 de junho de 2010

A Geada e o Vinhedo ( de Alma Welt)

Galdério acordou-me, hoje bem cedo,
Não para olhar a geada na coxilha
Mas para vigiar nosso vinhedo
Mal protegido dessa dúbia maravilha

Debaixo de uma lona estendida,
Conquanto esteja mais que em perigo,
Talvez perdido mesmo como a vida
Desta tola vinhateira embevecida

Que mais preza o manto de beleza
Descido deste céu azul gelado
Do que uma safra sem grandeza...

Está tudo perdido, há muito eu sei,
Submissa a um destino anunciado:
Depois de mim, o Dilúvio que plantei...


(sem data)

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