quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vigília espectral (de Alma Welt)

No silêncio crepitante da candeia
Recebo estancieiros de outra era,
Que comigo vêm plantar à meia
Sua seara de sonhos e de espera.

E eu os acolho em minha vigília,
Cavalhada espectral e exangue
A formar imensa teia na coxilha,
Penélope de mágoas e de sangue.

Quem espera essa tropa de farrapos,
Contrastando com os tais engalanados
Neste plaino abandonado pelos sapos?

Don Sebastião não seja, mas o Bento,
Canabarro e Netto, os três montados,
Anita e Pepe no turbilhão do vento...

08/07/2004

Nenhum comentário: