domingo, 15 de março de 2009

O navio na pradaria... (de Alma Welt)

Eu canto o amor em sua constância
Nascido ainda guria nesta Alma
E que se acha inscrito em minha palma
Assim como as sendas desta estância

Que demarcam o embate farroupilha
Entre os rubros lenços e o quepe
Ou aquele amor de maravilha
Entre a bela Anita e o Giuseppe.

Assim, creio, meu amor tem o aval
Da força e do sangue pelas trilhas
De um estranho e pitoresco show naval

Quando o bravo Garibaldi carreou
Seu navio por entre ondas de coxilhas
Como carrego o amor que me tomou...

(sem data)

Nota
Acabo de encontrar na arca este soneto verdadeiramente épico, em que Alma compara o seu amor proibido (por Rodo, seu irmão) com a saga do navio de Garibaldi, arrastado pelos farroupilhas pela pradarias, passando por esta estância em que, um dia, muito depois, viveria a famíla Welt e uma grande poetisa que confundiria o seu amor com o passado glorioso destas terras. (Lucia Welt)

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