Deliciosas manhãs deste meu prado
Em que ponho-me a correr e perseguir
Alguns desgarres do meu gado
Apenas pra cansar e divertir!
E me vejo ainda guria com meu Rôdo,
Quando este a girar boleadeiras
Tentava derrubar, ah! ledo engôdo
Uma rês ou uma ema, em brincadeiras,
E logo aquele dia, em que afinal
Lançou o artefato em minhas pernas
Quando eu fugia também, como animal
Que ao cair, de quatro, muito brusco
Penetrou-me, mas com palavras ternas:
"Eis a novilha que na verdade busco!"
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Nota da editora
Sobre este episódio explicitamente erótico, um tanto picaresco, há uma variante, um outro soneto pampiano entitulado "A vitela" , o que sugere que se trata de fato ocorrido mesmo com a Alma em sua adolescência com Rôdo, e que a emocionou ou divertiu. Vou transcrevê-lo aqui:
A vitela (de Alma Welt)
(119)
Entre minhas lembranças da infância
Está aquele dia inusitado
Em que no prado e à distância,
Fui laçada e derrubada feito gado
Pelo meu irmão que quis mostrar
Que havia aprendido a laçar:
Enroscada pelos pés me vi caída,
Nem assim querendo dar-me por vencida.
Mas com o laço amarrou-me bem veloz
As mãos como se fora uma vitela,
Levantando meu vestido até a costela,
E estando eu de quatro como rês
Rasgou-me a calcinha pelo cós...
Haja soneto pra contar o que ele fez!
03/09/2006
sexta-feira, 23 de maio de 2008
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